Lula retorna a Moscou e pode se encontrar com Putin para discutir cessar-fogo na Ucrânia

Quatro dias após deixar Moscou, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retornou à capital russa nesta quarta-feira (14), em uma escala que pode se transformar em algo mais do que apenas uma parada técnica. Lula, que deixou Pequim pela manhã, afirmou a jornalistas que tentará conversar com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para convencê-lo a participar pessoalmente das negociações por um cessar-fogo com a Ucrânia.
As conversas estão previstas para ocorrer em Istambul, na Turquia, e devem reunir o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e, até o momento, o vice-chanceler Sergey Ryabkov representando o lado russo. Lula busca elevar o nível do diálogo, estimulando a presença de Putin nas negociações diretas com Zelensky.
De acordo com o presidente brasileiro, o esforço responde a um pedido do governo ucraniano. O chanceler da Ucrânia, Andrii Sibiha, teria telefonado ao ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, solicitando que Lula atuasse junto ao Kremlin para viabilizar a participação de Putin.
Embora o retorno a Moscou tenha sido oficialmente justificado como uma parada para reabastecimento do avião presidencial, a possibilidade de um encontro com o líder russo mobilizou a imprensa local. Questionado sobre a reunião, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, não confirmou a realização da conversa, mas sinalizou que qualquer desenvolvimento será comunicado oficialmente.
“Ainda não posso dizer nada sobre isso. Se os contatos forem acordados, informaremos imediatamente”, declarou Peskov, em nota.
Durante sua visita à China, Lula colocou o conflito entre Rússia e Ucrânia como tema central de suas conversas com a liderança chinesa. Na terça-feira, Brasil e China divulgaram uma declaração conjunta reiterando a necessidade de diálogo direto entre os dois países em guerra, que já se enfrentam há mais de três anos.
O movimento de Lula reforça sua tentativa de protagonismo internacional como mediador da paz, posicionando o Brasil como articulador de soluções diplomáticas para conflitos globais.
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