Conflito na Caxemira reacende alertas sobre arsenais nucleares de Índia e Paquistão

Mai 7, 2025 - 12:42
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Conflito na Caxemira reacende alertas sobre arsenais nucleares de Índia e Paquistão
Míssil balístico do Paquistão capaz de transportar carga nuclear (dez.2015) — Foto: ISPR / AFP

Um ataque do Paquistão na região da Caxemira administrada pela Índia, ocorrido nesta quarta-feira (7), resultou em mortos e feridos, reacendendo preocupações sobre a escalada de tensões entre dois dos países com arsenais nucleares mais ativos da Ásia. Índia e Paquistão ocupam, respectivamente, o 6º e o 7º lugares no ranking global de potências nucleares, segundo dados da Federação de Cientistas Americanos (FAS).

A Caxemira, território de disputas históricas, já foi o principal estopim para três guerras entre os dois países desde a independência do domínio britânico em 1947. Apesar da rivalidade militar prolongada e da presença de armas nucleares em ambos os lados, especialistas avaliam que o risco de um confronto atômico permanece baixo neste momento.

De acordo com estimativas atualizadas da FAS, o arsenal global soma 12.331 ogivas nucleares, distribuídas entre nove países. A Índia possui 180 ogivas nucleares e o Paquistão, 170 — todas classificadas como "em reserva" ou "não implantadas". Isso significa que essas armas não estão montadas em sistemas de lançamento prontos para uso imediato e requerem algum nível de preparação para serem ativadas.

A especialista Michelly Geraldo, pesquisadora em política nuclear e segurança internacional, explica que, embora haja tensões recorrentes entre os dois países, o uso de armas nucleares ainda é considerado altamente improvável. "Existe uma racionalidade estratégica que inibe o uso. As ogivas de ambos os lados não estão operacionais, o que dá tempo para contenção diplomática", afirma.

Comparativamente, Índia e Paquistão detêm arsenais modestos diante dos Estados Unidos e da Rússia, que juntos concentram cerca de 84% de todas as ogivas nucleares do planeta. A Rússia lidera com 5.449 ogivas, seguida pelos EUA com 5.277. Destas, 1.710 ogivas russas e 1.770 norte-americanas estão implantadas, ou seja, prontas para uso — com parte significativa em mísseis balísticos intercontinentais e sistemas de lançamento aéreo ou submarino.

Apesar das tensões atuais, a configuração dos arsenais indiano e paquistanês e os mecanismos de dissuasão mútua ainda atuam como barreiras eficazes contra um conflito nuclear de larga escala. Ainda assim, analistas alertam que episódios como o ataque na Caxemira destacam a urgência de fortalecer canais de diálogo, monitoramento e controle de armamentos na região do Sul da Ásia.

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