Quatro homens são indiciados por maus-tratos a burro em exposição agropecuária em Uberlândia (MG) Animal foi agredido com bastão de choque e chicote; protetora que denunciou o caso foi ameaçada por um dos suspeitos

A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou quatro homens nesta terça-feira (3) por maus-tratos a um burro durante um evento agropecuário realizado no dia 25 de agosto, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. O caso, que ganhou repercussão após vídeos serem encaminhados ao Ministério Público, envolveu agressões com bastão de choque e chicote para forçar o animal a entrar em um caminhão de transporte.

As imagens, registradas por uma protetora de animais, mostram o grupo utilizando força excessiva contra o burro nas proximidades do parque de exposições da cidade. Ao tentar intervir e filmar as agressões, a mulher foi ameaçada e hostilizada. Segundo o delegado responsável pelo caso, Daniel Azevedo Batista, um dos suspeitos chegou a se identificar falsamente como policial militar.

“Ela foi hostilizada e ameaçada. Um dos participantes chegou a dizer que iria amarrá-la pelo pescoço e arrastá-la para dentro do caminhão”, afirmou o delegado.

Ainda segundo a Polícia Civil, o jovem de 19 anos que fez as ameaças foi indiciado por usurpação de função pública. Outro homem, de 26 anos, foi indiciado por maus-tratos, por ter utilizado o bastão de choque.

O proprietário do animal e o motorista do caminhão que realizou o transporte também foram responsabilizados criminalmente por omissão, já que ambos, segundo a investigação, tinham o dever de agir para impedir a violência.

Após a denúncia, o animal foi localizado em Monte Alegre de Minas, a cerca de 68 quilômetros de Uberlândia, na propriedade do motorista. Exames realizados pelo Instituto Médico Legal Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia comprovaram os maus-tratos. O dono do burro afirmou que não tinha mais condições de mantê-lo e o havia enviado à cidade para venda. Diante dos fatos, decidiu doar o animal ao Estado.

A destinação definitiva do burro será definida pelo Ministério Público. O inquérito foi encaminhado à Justiça.

Fonte: O Tempo