Morre Mirandinha, maior artilheiro da história da Caldense
Faleceu na noite desta terça-feira (8), em Poços de Caldas (MG), Gláucio Rocha de Azevedo, o Mirandinha, maior artilheiro da história da Associação Atlética Caldense. Ídolo eterno da Veterana, o ex-atacante tinha 68 anos e marcou 95 gols em 307 partidas com a camisa alviverde.
Segundo informações do clube, Mirandinha enfrentava problemas de saúde nos últimos anos, entre eles uma cirrose hepática e dificuldades de locomoção causadas pelo desgaste da cabeça do fêmur. Ele foi encontrado desacordado na manhã de terça-feira em sua residência e chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
O corpo será velado nesta quarta-feira (9), a partir das 8h, no Velório Municipal de Poços de Caldas. O sepultamento está marcado para as 16h30, no Cemitério Parque.
Natural de Varginha (MG), Mirandinha iniciou sua trajetória no futebol durante um campeonato regional em Poços de Caldas. Chamou atenção do técnico Mané da Pinta, que o levou para a Caldense em 1976. Com apenas três meses de treinamento nas categorias de base, estreou entre os profissionais e rapidamente brilhou: marcou 22 gols logo na primeira temporada e foi peça fundamental nas conquistas do Campeonato Mineiro do Interior e do Torneio Incentivo.
Apelidado de "Mirandinha" pela semelhança física com o atacante do São Paulo, assumiu o posto de titular no lugar de Cafuringa e se tornou ídolo da torcida. Seus gols ficaram eternizados na voz do radialista Lázaro Walter Alvisi, com o inesquecível bordão: “Miranda, Mirandinha, vamos todos Mirandar!”
Em 1979, protagonizou um dos momentos mais marcantes de sua carreira: marcou, de cabeça, o gol do empate por 1 a 1 com o Internacional, que viria a ser campeão invicto do Brasileirão naquele ano. Pelo feito, foi premiado com a Bola de Ouro da Rádio Cultura, entregue por Galvão Bueno.
Além da Caldense, Mirandinha teve passagens por clubes tradicionais como Bangu (RJ), Ferroviária (SP), Juventus (SP), Joinville (SC), Náutico (PE), Juventude (RS) e pelo Panathinaikos, da Grécia. Era conhecido pelo potente chute e o cabeceio afiado, dizia, em tom bem-humorado, que “tinha até a testa calejada de tanto treinar cabeceio”.
Após encerrar a carreira de jogador, comandou escolinhas de futebol em Poços de Caldas e trabalhou no Bangu, no Rio de Janeiro. Já aposentado, escolheu voltar a Poços, onde viveu até o fim da vida. Em 2018, foi homenageado pela Caldense com um troféu em reconhecimento ao posto de maior artilheiro da história do clube.
Mirandinha deixa um legado de amor ao futebol, dedicação e muitos gols que seguem vivos na memória dos torcedores da Veterana.





