Nos cinco primeiros meses de 2025, quase mil medidas protetivas foram solicitadas por vítimas de violência nas quatro maiores cidades do Sul de Minas. Ao todo, 956 pedidos foram encaminhados à Justiça, dos quais 630 foram concedidos, o equivalente a 65,9% do total.
As medidas protetivas são ordens judiciais que têm o objetivo de resguardar a integridade física, emocional e patrimonial de pessoas em situação de risco, especialmente mulheres vítimas de violência doméstica.
“É uma medida técnica judiciária que garante a integridade, a vida dessa pessoa que está sofrendo diversos tipos de violência, não só física. A medida também resguarda o patrimônio e a questão da violência psicológica”, explica a jurista e ativista social Pamela Vindilino.
Panorama nas principais cidades
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Varginha registrou o maior número de solicitações: 359 pedidos. No entanto, foi também a cidade com o menor índice de concessão com apenas 171 medidas foram autorizadas, o que representa 47,6%.
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Poços de Caldas teve 254 solicitações, com 184 medidas protetivas concedidas (72,4%).
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Pouso Alegre registrou 240 pedidos, dos quais 174 foram atendidos, o equivalente a 72,5%.
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Passos, embora tenha sido a cidade com o menor número de solicitações (103), obteve o maior índice de deferimento: 101 medidas concedidas, o que representa 98%.
Situação em Minas Gerais
Em todo o estado de Minas Gerais, mais de 25 mil medidas protetivas foram solicitadas somente nos primeiros meses de 2025, o que revela a gravidade e a extensão da violência doméstica e familiar.
Especialistas apontam que a efetividade dessas medidas depende não apenas da decisão judicial, mas também da fiscalização e do suporte oferecido às vítimas. O dado também reflete o aumento da conscientização e da confiança das mulheres em buscar proteção por meio do sistema de Justiça.
Segundo Pamela Vindilino, além do respaldo legal, é necessário garantir a estrutura de apoio às vítimas: “A mulher precisa de um acolhimento efetivo. A medida judicial é um passo, mas ela sozinha não resolve. É preciso rede de apoio, políticas públicas, segurança e informação”.
A análise do levantamento reforça a urgência de investimentos em prevenção, atendimento humanizado e na ampliação de estruturas como delegacias especializadas, centros de referência e abrigos para mulheres em situação de violência.